O Cupido...
O que se segue é, para mim, a melhor descrição que alguma vez ouvi da personagem "cupido"...
Pintam o cupido nu porque um grande amor não se esconde atrás da razão nem se evita com a prudência. Se os deuses nunca conseguiram juntar o amor e a sabedoria, como podemos esperar tal milagre dos comuns mortais? Cupido não passa de um menino travesso que não quer crescer nem deixar de fazer as suas tropelias. Tem asas, porque o amor é rápido e entra com ligeireza para o sangue. Nunca larga as setas, porque gosta de apontar ao coração quando menos se espera. E a ferida que provoca é igual à seta atirada: imprevisível quando dispara, estreita na ferida, certeira e funda na penetração, difícil de tratar e tantas vezes impossível de curar. Maldito cupido, que provocou guerras intermináveis, matou homens e deuses, destuiu impérios, incendiou cidades e afundou navios. Maldito cupido, com cara de anjo e alma de Mefistófeles, sempre a rir-se de nós. Nunca ninguém soube onde mora ainda esse eterno terrorista das almas, que ataca de surpresa e deixa atrás de si um rasto de danos tantas vezes irreparáveis. Maldito cupido, que é mais forte do que a vida e a morte, mesmo quando a vida se convence que o sabe domar.
Pintam o cupido nu porque um grande amor não se esconde atrás da razão nem se evita com a prudência. Se os deuses nunca conseguiram juntar o amor e a sabedoria, como podemos esperar tal milagre dos comuns mortais? Cupido não passa de um menino travesso que não quer crescer nem deixar de fazer as suas tropelias. Tem asas, porque o amor é rápido e entra com ligeireza para o sangue. Nunca larga as setas, porque gosta de apontar ao coração quando menos se espera. E a ferida que provoca é igual à seta atirada: imprevisível quando dispara, estreita na ferida, certeira e funda na penetração, difícil de tratar e tantas vezes impossível de curar. Maldito cupido, que provocou guerras intermináveis, matou homens e deuses, destuiu impérios, incendiou cidades e afundou navios. Maldito cupido, com cara de anjo e alma de Mefistófeles, sempre a rir-se de nós. Nunca ninguém soube onde mora ainda esse eterno terrorista das almas, que ataca de surpresa e deixa atrás de si um rasto de danos tantas vezes irreparáveis. Maldito cupido, que é mais forte do que a vida e a morte, mesmo quando a vida se convence que o sabe domar.
Margarida Rebelo Pinto, in "Diário da Tua Ausência"
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial